"Desde há muito entusiasmado pela consagrada solução encontrada em Cuba para problemas de saúde da população e movido por conteúdo negativo do Editorial e da seção Imprensa, ambos publicados pela mesma Revista Sindmédico, editada pelo Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, é que decidi contribuir ao necessário debate democrático, oferecendo informações alternativas, um necessário contraditório. Nesse sentido, encaminhei minha opinião, sob o título “A boa saúde pública”. Era maio de 2003. Minha interferência deveu-se ao fato de me sentir, em parte, citado na matéria e aproveitei a ocasião para oferecer aos leitores da revista um contraponto com informações positivas a respeito.
Pela atualidade do assunto, em vista de permanente ofensiva contra a experiência médica cubana – movida tanto pelo corporativismo como pela cultura capitalista – ainda mais agora em face de nova investida da socialização e democratização daquela experiência com os povos da Venezuela e de outros países da América Latina, da África e, agora, da Ásia, é que volto ao assunto. Também sensibiliza a todos nós, profissionais da saúde e cidadãos comuns, o caráter solidário internacionalista que, vez por outra, permeia a atividade da saúde de Cuba, em relação a outros povos muitas vezes tão distantes. Não nos esqueçamos da assistência prestada às vítimas do acidente nuclear de Chernobil e o recente auxílio a mais de um milhão de paquistaneses, quando um verdadeiro exército de batas brancas desembarcou no Paquistão, em outubro de 2005, para oferecer ajuda humanitária às vítimas do sismo devastador.
A boa saúde pública
Conforme referido editorial da Revista Sindmédico, O Estado de S. Paulo – classificado de “imprensa livre” pelo editorialista – divulgara, em 4 de maio de 2003, “horrores” que teriam acontecido em determinados hospitais de Cuba. Tais notícias, divulgadas pelo conhecido “Estadão”, consistiriam na prática de se presentear médicos para se obter atendimento preferencial, ou de “deixar torto” um pé engessado, ou a ocorrência de uma parada cardíaca decorrente de avaria de equipamento. O “Estadão” afirma, ainda, que o governo cubano mantém alguns hospitais de excelência, “semelhantes aos (nossos) hospitais particulares”, que seriam disponíveis somente a poucos privilegiados. Aqui, confesso que não entendi a semelhança ou a comparação. Seria pela excelência dos serviços ou, o que é verdade somente do lado de cá, pelo fato de serem estabelecimentos cujos preços são impeditivos aos cidadãos comuns? Nesse caso, está-se excluindo os hospitais públicos, de cá, com serviços de qualidade reconhecida?
Será que O Estado de S. Paulo, conhecido por uma tendência ideológica bem definida, historicamente reacionária, também chamaria de horrores o fato de um cirurgião brasileiro lançar ao lixo os mamilos de uma jovem senhora, como aconteceu aqui no Distrito Federal? E as retiradas de rins do lado errado, para fins de transplante? As mortes de prematuros por defeito de incubadoras, óbitos de nefropatas por contaminação transfusionais. Ainda, os superfaturamentos realizados por hospitais para auferir mais lucros. As mortes e cegueiras por uso irresponsável de medicamentos. Tudo isso, como seriam classificados se acontecidos em Cuba? É o que acontece, e muito, aqui. Os ratos, as baratas circulando entre pacientes. E as infecções hospitalares, os adiamentos de cirurgias e faltas de medicamentos nas farmácias, também não têm sido fatos corriqueiros em nossos hospitais?
Seria “um horror”, para o “Estadão”, o fato de que a nação mais poderosa do planeta, os EUA, deixa sem nenhuma cobertura de assistência médica a mais de 35 milhões dos seus cidadãos?
Conforme referido editorial da Revista Sindmédico, O Estado de S. Paulo – classificado de “imprensa livre” pelo editorialista – divulgara, em 4 de maio de 2003, “horrores” que teriam acontecido em determinados hospitais de Cuba. Tais notícias, divulgadas pelo conhecido “Estadão”, consistiriam na prática de se presentear médicos para se obter atendimento preferencial, ou de “deixar torto” um pé engessado, ou a ocorrência de uma parada cardíaca decorrente de avaria de equipamento. O “Estadão” afirma, ainda, que o governo cubano mantém alguns hospitais de excelência, “semelhantes aos (nossos) hospitais particulares”, que seriam disponíveis somente a poucos privilegiados. Aqui, confesso que não entendi a semelhança ou a comparação. Seria pela excelência dos serviços ou, o que é verdade somente do lado de cá, pelo fato de serem estabelecimentos cujos preços são impeditivos aos cidadãos comuns? Nesse caso, está-se excluindo os hospitais públicos, de cá, com serviços de qualidade reconhecida?
Será que O Estado de S. Paulo, conhecido por uma tendência ideológica bem definida, historicamente reacionária, também chamaria de horrores o fato de um cirurgião brasileiro lançar ao lixo os mamilos de uma jovem senhora, como aconteceu aqui no Distrito Federal? E as retiradas de rins do lado errado, para fins de transplante? As mortes de prematuros por defeito de incubadoras, óbitos de nefropatas por contaminação transfusionais. Ainda, os superfaturamentos realizados por hospitais para auferir mais lucros. As mortes e cegueiras por uso irresponsável de medicamentos. Tudo isso, como seriam classificados se acontecidos em Cuba? É o que acontece, e muito, aqui. Os ratos, as baratas circulando entre pacientes. E as infecções hospitalares, os adiamentos de cirurgias e faltas de medicamentos nas farmácias, também não têm sido fatos corriqueiros em nossos hospitais?
Seria “um horror”, para o “Estadão”, o fato de que a nação mais poderosa do planeta, os EUA, deixa sem nenhuma cobertura de assistência médica a mais de 35 milhões dos seus cidadãos?
O que faltou o "Estadão" dizer
Faltou ao “Estadão” dizer que o povo cubano, incontestavelmente, vem enfrentando, de maneira exemplar, um bloqueio criminoso e uma guerra econômica, comercial e financeira imposta pela potência mais poderosa do mundo, que dura mais de 45 anos e que já custou ao país, no mínimo, 70 bilhões de dólares.
Faltou ao “Estadão” dizer que o povo cubano, incontestavelmente, vem enfrentando, de maneira exemplar, um bloqueio criminoso e uma guerra econômica, comercial e financeira imposta pela potência mais poderosa do mundo, que dura mais de 45 anos e que já custou ao país, no mínimo, 70 bilhões de dólares.
Que, no entanto, Cuba possui, em dados que recolhi do ano de 2000, um médico para cada 168 habitantes, um médico de família para cerca de 700 pessoas e um dentista para cada 1119 habitantes. Que a expectativa de vida no país é de 74,8 anos para os homens, e de 78 para as mulheres. Que a taxa de mortalidade infantil foi de 6,2 por mil nascidos vivos. Que, nesse ano, cada cidadão cubano teve, em média, 7,2 consultas médicas. Que 97,8% da população tem acesso à água potável, 96,3% tem saneamento básico, 99,9% dos partos foram atendidos em instituições hospitalares. Que todo o tratamento de saúde é gratuito, para todos, incluídos os transplantes de órgãos. Que a incidência de AIDS em Cuba é de 15,1 doentes para cada milhão de habitantes, com um total de 373 doentes.
Estes dados são incontestáveis e reconhecidos. Nada disso é irreal nem fantasioso, muito menos mito. A não ser que consideremos como fonte insuspeita O Estado de S. Paulo, inimigo histórico da soberania de Cuba.
Essa medicina, de diversos programas copiados e recomendados pelo mundo afora, inclusive pela OMS e pelo Ministério da Saúde do Brasil, é, inegavelmente, uma admirável conquista do povo cubano.
Não nos esqueçamos do fato de que a cada minuto morrem, no mundo, cerca de doze crianças por motivos perfeitamente evitáveis, como a fome, principalmente, e as doenças decorrentes da situação de miséria. A maioria dessas crianças é dos países que, exaustivamente explorados pelos pelo grande capital internacional, deixaram exportar suas riquezas para longe e com elas afugentaram suas possibilidades de um futuro saudável. Outras, não poucas, dessas crianças pertencem à periferia das grandes cidades de países desenvolvidos e que produzem alimentos suficientes para não deixar ninguém sem comer, nem morrer de fome.
Há um fato incontestável e parte do sucesso pode ser atribuída à medicina de Cuba: nenhuma dessas crianças é cubana."
Sidnei Liberal
FONTE.:http://www.vermelho.org.br/

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